Uma análise sobre a colaboração entre Golf Le Fleur x Lacoste

No final do primeiro semestre desse ano, como religiosamente cumpre, Tyler nos apresentou seu novo material, IGOR. Um disco bem intimista, dentro de um universo amadurecido em relação a sua trajetória na música desde Bastard – 2009.
Algumas semanas depois, ele trouxe sua nova coleção de Primavera/Verão da GOLF Le Fleur, uma parceria interessante e inovadora junto da gigante converse.
Como se não bastasse, dia 17 de Julho ele está disponibilizando sua coleção em colaboração com a Lacoste, o que para alguns críticos, pode ser uma superestimação do designer. Sim, aqui Tyler não cumpre papel de músico, mas mostra uma versatilidade digna de grandes designers, como Virgil Abloh, Kanye West e ousaria dizer Patrick Kelly.
Aqui, a questão entra em um ponto muito comum nos dias de hoje, onde vemos uma cultura urbana cada vez mais crescente no topo das paradas e como a indústria cultural direciona esse conteúdo para às massas; Talvez, lá atrás, a moda não seria como é nos dias de hoje, tão acessível, se não fosse a união entre mídia e música. Run DMC, Dyamond John, Dapper Dan, Puff Daddy e diversos outros artistas contribuíram para às experiências que hoje, aplicamos e louvamos, pela ousadia, mas principalmente, representatividade.

É inegável que Tyler vem construindo um legado dentro da indústria da moda que foge da correnteza, vai na direção do novo e apela pro “estranho”. Entretanto, “estranho” é sinônimo de qualidade pois entra pela porta da frente do espaço que por séculos foi de propriedade das camadas elitizadas, indo em direção ao futuro, sem medo de errar e construindo inúmeros acertos, tanto em estética, quanto originalidade.

Apesar de Tyler em sua coleção colaborativa com a Lacoste não modificar muito o padrão da marca, ele consegue trazer tons de cor interessantes, numa referencia de uma partida de tênis oitentista, com forte influência de Yannick Noah, vencedor de Roland Garros em 83.

Precisamos ir além do que só  é apresentado como uma idealização inacessível, a criação existe. Tyler vem expandindo seus horizontes e assim como Virgil Abloh mescla Off White e Louis Vuitton encabeçando suas direções, Tyler cria uma peça interessante, esbanjando estética e experimentação.

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Por fim, falar sobre o acesso dessas peças ou até mesmo da coleção completa aqui em solo Brasileiro ainda é uma dúvida que pode se tornar real na medida que o streetwear nacional avança. Nesse quesito, Emicida e a LAB tem cumprido um papel excelente, assim como diferentes mentes criativas fora do ciclo da mídia maior, influenciados de certa forma por Tyler que dá mais um passo na escalada da cultura urbana.

https://www.youtube.com/watch?v=N5mJ3p-0_q4

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