Música. Os nossos melhores álbuns de 2018

Listas são polêmicas e nunca agradam a todos. 2018 veio pra mostrar que apesar de tudo que aconteceu socialmente e politicamente ao redor do mundo, a nossa maior forma de expressão nunca nos deixa só. A música sempre foi e sempre será uma das nossas mais efetivas armas de auto expressão e valorização. Esses são os álbuns que mais curtimos ao longo desse ano intenso. Inúmeras vertentes de música negra passam por aqui, sempre respeitando os nossos gostos e entendimentos. Tudo o que nos emocionou e segue nos impressionando está por aqui. Se você ainda não ouviu algum desses álbuns, corre pro Spotify e procura tudo. Vai valer a pena.

 

20 – Jacob Banks | Village

Jacob Banks se destaca como persona e como artista. Sua voz potente deixa marcado os ouvidos de quem curte a sua onda de soul e neo R$B. Em “Village” ele se mostra denso e também mais solto em faixas como “Mexico”.

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19 – Nego Max | Afrokalipse

Uma grata surpresa. Lançado no final desse ano, “Afrokalipse” é o resultado de um trabalho muito coeso, direto e reto assim como o rap deve ser. Nego Max, um dos expoentes do rap do Vale do Paraíba, é um dos melhores MCs da cena nacional e traz rimas muito pesadas sobre tudo o que lhe envolve. A track “O rap é preto!” com o feat cabuloso de Preta Ary é um dos destaques.

 

18 – August Greene | August Greene

A junção entre Robert Glasper, Common e Karriem Riggins era impossível dar errado. 3 dos mais talentosos músicos dos EUA, formaram a August Greene que traz um álbum com o mesmo nome e uma fusão incrível entre Jazz, Soul e Rap. Tudo de forma orgânica e muito verdadeira. “Optimistic” é o destaque do álbum e vem com um feat incrível da Brandy.

 

 

17 – Anderson . Paak | Oxnard

Finalizando a trilogia de um dos mais talentosos artistas que apareceram nos últimos tempos, “Oxnard” não foi o melhor álbum dentre os 3 (os outros foram “Venice” e o incrível “Malibu”). O nível de exigência pós “Malibu” era gigantesco e .Paak voltou mais rapper do que nunca, provavelmente pela influencia de Dr. Dre na produção musical e executiva do álbum. Com mais rimas e menos sons melódicos, Anderson .Paak confirmou sua presença na industria como um dos mais versáteis e talentosos artistas da cena. A track “Trippy” com o feat do J. Cole é um dos destaques.

 

16 – Thiaguinho | Tardezinha 2

Thiaguinho explora com maestria uma fórmula de sucesso que não tem como dar errado. Mais um álbum ao vivo que mistura clássicos do pagode dos anos 90, com belos arranjos e o carisma óbvio de Thiaguinho. “Tardezinha 2” é um daqueles álbuns que fica tocando ininterruptamente nos nossos churrascos de domingo com a nossa família. Pra quem gosta de pagode, é um belo trabalho. “Pé na areia”, originalmente conhecida na voz de Diogo Nogueira, ficou muito bem na voz de Thiaguinho e é um dos destaques.

 

15 – Jay Rock | Redemption

Jay Rock é um dos rappers mais fiéis as suas origens gangsta. Ele tem praticamente a mesma estética visual e musical desde “Follow me Home”, o seu primeiro álbum a chamar atenção da industria mais “comercial” americana. Para alguns, a falta de mudança entre os seus trabalhos pode parecer um suicídio. Mas ele desempenha esse papel tão verdadeiramente bem que os fãs de gangsta rap enxergam nele uma salvação dentro do rap mainstream vigente. “Redemption” é muito pesado e a track, com feat do Kendrick Lamar, “Wow Freestyle” é um hit e vem tocando em inúmeras festas e clubs ao redor do mundo.

14 – Recayd Mob | Calzone Tapes Vol. 2

A Recayd é uma das maiores afirmações do Trap brasileiro. Toda a vontade de fazer rap e expôr as mudanças que os próprios integrantes do coletivo querem para as suas vidas, é o que dá a sensação de pertencimento deles a sua realidade. Falar tão abertamente sobre drogas, sexo e dinheiro ainda continua sendo um tabu e eles passam por cima disso tudo com muita verdade em cima dos seus temas. Pode parecer fútil para alguns, mas o álbum simplesmente retrata a vontade de vitória de vários jóvens pretos talentosos. E isso é importantíssimo.

 

13 – Kamasi Washington – Heaven and Earth

O saxofonista, bandleader e compositor Kamasi Washington ratificou o seu nome como um dos expoentes do Urban Jazz mundial. Sua estética com uma identidade absurda e suas sonoridades o fazem ser comparado com outras referencias do Jazz americano. Em “Heaven and Earth”, Kamasi mescla várias referencias e traz participações incríveis como Terrace Martin e Thundercat. “Tiffakonkae” é a track que mais chamou a nossa atenção.

 

 

12 – Iza | Dona de Mim

Pra quem já acompanhava a Iza desde os tempos dos seus vídeos caseiros na internet, todos já tinham uma certeza: O seu sucesso era questão de tempo. As suas qualidades como beleza, presença e sua pele retinta estão do mesmo tamanho que sua qualidade maior, que é a sua voz. Iza se posiciona como uma artista genuína que muito provavelmente vai ser longeva na cena pop brasileira. “Dona de mim” é só o primeiro passo dentro de uma carreira muito promissora, que vai representar e impulsionar muitas mulheres por aqui.

 

11 – Marcelo D2 | Amar é para os fortes

D2 já se posiciona como um dos artistas mais respeitados do país há alguns anos. Em todos os seus trabalhos, desde a época do Planet, ele sempre preza por um teor artístico altíssimo musicalmente e visualmente falando. A sua notória vontade de sempre fazer parcerias com artistas de várias faixas etárias, o deixa sempre numa posição de vanguarda e referencia para quem quer realmente ser artista de verdade. “Amar é para os fortes” não é comercial, é um clássico visual, feito por várias mãos e capitaneado por um dos maiores defensores da verdadeira arte desse país.

 

10 – Solveris | Vida Clássica

Solveris traz um frescor estético e uma identidade musical muito bem desenhadas. Tudo faz sentido quando vemos e ouvimos Solveris, fruto da junção de 4 jóvens extremamente talentosos do Espírito Santo. “Vida Clássica” é uma fusão linda entre Soul, Rap e R&B que traz um bom gosto absurdo desde a capa até o principal, que é a música. Eles ainda não estão no famoso hype mas pelo talento que eles tem, eles brevemente vão formar o seu próprio hype e virar o jogo a favor deles. “Noite cubana” foi a track que mais chamou a nossa atenção, com um refrão bem surpreendente.

 

9 – The Internet | Hive Mind

A melhor notícia desse final de ano foi que em março do ano que vem, The Internet aterriza em solo brasileiro pra uma série de shows. Não é exagero dizer que eles hoje são a melhor banda de Soul e R&B do mundo e “Hive Mind” veio pra comprovar isso. A estética sonora continua parecida com os trabalhos anteriores e a liderança calma de Syd nos vocais se ratifica e a presença de Steve Lacy em “Roll (Burbank Funk)” é uma ótima surpresa. Eles se entendem muito bem juntos e também em seus trabalhos solos. Estamos ansiosamente esperando pela presença deles no ano que vem.

 

8 – Attooxxa – Luvbox

Áttooxxa confirmou ser uma das maiores revelações musicais brasileiras em “Luvbox”. A mistura incrível entre Trap, House, Pagodão Baiano e Soul music resulta num som incrível, coeso e que faz todo o seu público balançar. A criatividade e perspicácia dos seus produtores surpreende positivamente quem ouve pela primeira vez e prende o ouvinte a querer conhecer mais o trabalho dos caras. Presença certa em inúmeros festivais ao redor do país, Attooxxa é daquelas bandas que queremos estreitar relações e trabalhar juntos em breve. “Eu juro (LuvBox) é a track que mais pegou a gente pela brasilidade, swing e balanço que ela provoca.

 

 

7 – Travis Scott – Astroworld

Travis Scott já era um dos maiores rappers dos EUA desde a explosão do seu primeiro álbum “Rodeo”. “Birds in the Trap sing McKnight” confirmou esse status e “Astroworld” veio pra ratificar ainda mais a presença de um artista que está se colocando dentro daquelas listas de GOAT que vemos sempre por aí. “Astroworld” é energeticamente muito comercial, aquele tipo de álbum que faz mais de 50 mil pessoas ficarem pulando num show por mais de 2 horas, liberando todos os seus demônios e angústias. É exatamente isso que Travis traz em suas letras e músicas. “Stop Trying to be God” é uma track que traz um clipe com vários significados e “Can’t Say”, com feat do Young Thug, é aquela track foda que ninguém ainda deu a devida atenção.

 

6 – Abstract Orchestra – Madvillain Vol. 1

O trabalho que a Abstract Orchestra vem realizando é tão incrível que é difícil de escrever sobre. A dificuldade de fazer uma releitura orgânica de trabalhos já consagrados do rap é tão grande que nos gerou uma estranheza antes de ouvirmos o primeiro trabalho da orquestra, que foi “Dilla” lançado em 2017. Quando paramos para ouvir, a surpresa foi tão grande que balançou os nossos corações tanto quanto os beats clássicos de J.Dilla, só que de uma forma diferente e ao mesmo tempo emocionante. Nesse ano a Abstract Orchestra assumiu mais um desafio e fez uma releitura incrível dos beats de MF-DOOM, um dos produtores/rappers mais undergrounds e respeitados do mundo. O resultado foi o “Madvillain Vol. 1”. É absolutamente genial.

 

5 – Baco Exu do Blues – Bluesman

“Bluesman” é um clássico. Ponto. A facilidade com que Baco passeia por assuntos extremamente densos como depressão, bipolaridade e ansiedade é tanta que identifica de forma rápida quem sofre dos mesmos problemas. O álbum é muito bem montado, onde é quase dividido como uma peça de teatro. Em atos e intervalos para melhor entendimento do público. O trabalho visual é magnífico e impulsiona as músicas para lugares inimagináveis. A luta e defesa de Baco perante o povo preto é a sua maior qualidade, dentre todas as dificuldades que é assumir essa tarefa. “Me desculpa JAY-Z” é o verdadeiro hit do álbum mas “Girassóis de Van Gogh” e “BB King” merecem a mesma atenção.

 

4 – Cory Henry and The Funk Apostles – Art of Love

Cory Henry tem uma história extensa dentro da música góspel americana. Já fez turnê com vários artistas consagrados do meio e já gravou com a respeitadíssima jazz band Snarky Puppy. Nesse ano ele lançou o seu primeiro álbum autoral que é uma fusão entre o góspel, funk e soul music. É incrível como ele canta com a mesma qualidade que toca o seu piano e dentro das tracks rolam umas jams muito bem ensaiadas. São 6 tracks de uma duração mais longa que demonstra o talento fervoroso que Cory possui. “Trade it all” abre o álbum de forma incrível e mostra o que está por vir.

 

3 – Djonga | O menino que queria ser deus

A mesma carga energética que Travis Scott coloca em seus trabalhos e em seus show, Djonga faz isso tão bem quanto o artista americano. “O menino que queria ser Deus” traz tantas metáforas geniais, tanta energia e tanto papo reto que é impossível qualquer jovem preto não se identificar com aquilo. Seus refrões fazem muito sentido, são extremamente melódicos e fáceis de se cantar, fazendo com que todo show de Djonga seja um ato negro épico. Os beats de Coyote são determinantes pro sucesso de um dos melhores discos de rap de todos os tempos.

 

2 – BK’ | Gigantes

A auto confiança é o motor o rap. Não adianta. BK’ dá uma aula sobre a realização dos seus próprios sonhos, o que inspira totalmente o seu público. Em “Gigantes” ele fala sobre como a tomada do poder para as nossas mãos, auto cobrança, os nossos reais tamanhos, guerras internas, festas, mulheres e, principalmente, vitórias. BK’ continua inspirando fortemente jóvens a serem maiores do que o teto que a elite vigente impôs. Ele é de fato o melhor rapper da sua geração.

1 – Luciane Dom | Liberte esse banzo

Há mais de 1 ano atrás, estávamos na casa de um grande amigo e lá conhecemos Luciane Dom. Trocamos uma ideia muito proveitosa e conversamos sobre o seu futuro álbum, sem ouvir nenhuma música. Demos algumas dicas sobre alguns caminhos que ela poderia seguir e mantivemos uma proximidade. Ao ouvir “Liberte esse Banzo” pela primeira vez, tudo o que apostávamos naquele papo que tivemos se confirmou de uma forma felizmente surpreendente. O álbum é extremamente diverso, traz elementos muito brasileiros como ijexá e ela como uma cantora de MPB, passeia muito bem pelo Soul, pelo Jazz e pelo Rock. Os assuntos densos e reais do álbum são muito bem trabalhados pelas suas melodias firmes e pela sua voz suave mas muito marcante. “Todo Cuidado”, “Quanto Pesa” e “Abraça, Menina” são tracks belíssimas que dão uma visão clara do que Luciane está querendo transmitir e fazem o público viajar. Luciane Dom é uma afirmação e 2019 é um ano de colheita desse álbum incrível.

 

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