No corre em SP: Conheça Peroli

Na última semana ao ver em primeira mão a vinda do Quavo pela primeira vez no Brasil mais precisamente em São Paulo, não pensei duas vezes antes de fazer um Radar com uma mulher que também faz parte da correria, assim como movimenta a cultura de forma natural sem padrinho, sem patrocínio.

 

Peroli é DJ e Co-Fundadora do Side Grime e do Perifa No Toque, além de parceira direta do Bandida & Coletivo, três produções independentes da selva de pedra que fazem resistência em um período importante para o Brasil onde o ato de se organizar e se conectar com o público é mais que necessário.

 

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O nome de batismo de Peroli é Thawany Pereira de Oliveira. Criada em São Bernardo do Campo, ela me conta que nasceu em Diadema pela falta de vaga nos hospitais de sua cidade de criação, o que irá carregar para sempre em sua história.

 

O nome artístico Peroli surge de forma natural em rascunhos de caderno na época da escola. Ela me conta que mais tarde descobriu que Peroli é um sobrenome de origem Italiana, a mesma que sua Bisavó paterna.

 

Peroli me fala da importância de sua mãe  Milena Nádia, grande apoiadora das suas correrias. A DJ é a irmã mais velha da casa, fato este que serve de motivação para fazer seu rolé acontecer.

 

Peroli também cita Elza Honório sua avó, uma das grandes pessoas que motivam seu trabalho seja como produtora dos eventos ou como DJ, algo muito bonito de se ver já que anos atrás viver de arte era o pesadelo de uma família, mesmo que aos poucos hoje vem se tornando motivo de orgulho.

 

Peroli fala sobre Brenda Paschoal como uma “assessora direta” já que ambas são amigas de longa data e grandes parceiras de trabalho.

 

E por falar em trabalho, Eduardo Augusto um de seus sócios na Perifa no Toque é seu planner e amigo pessoal, a direciona nas decisões mais delicadas e sérias, junto de Renan Oliveira que também a acompanha em questões pessoais e nas estratégias de trabalho.

 

A transição de Peroli para a arte se inicia após um longo período de trabalho formal. Ela me conta que aos 12 anos já trabalhava, ela foi assistente em uma loja de foto/cópia e babá.

 

Anos depois, sua mãe abriu uma sapataria e Peroli a auxiliava fazendo conserto nos calçados assim como ajustes em geral. Vale notar que ao conciliar esses trabalhos com os freelas nos finais de semana a DJ e empreendedora passa a aprender mais sobre organização profissional, parcerias, conexões e afins.

 

Em um determinado momento da vida Peroli me conta que foi religiosa e frequentava uma igreja evangélica, instituição que serviu para a construção de sua base pessoal e dos seus valores. Somando isso ao fato de crescer em um lar totalmente artístico, (Seu avô Dj na década de 60/70 e sua mãe na década de 90) tudo sempre esteve muito alinhado em suas ideias.

 

 

Agir em prol da revolução é dar o primeiro passo. Nosso papel no Radar é evidenciar artistas e suas conexões familiares e profissionais. Quando essas duas linhas se unem temos uma história nova a ser contada, como a curiosidade que Peroli cita: Sua mãe Milena Nadine foi DJ de um dos primeiros grupos de Rap formado apenas por mulheres no ABC ainda na década de 90 em São Bernardo, o Lady Rap.

Dos 12 aos 17 Peroli fala que estudou fotografia, sonoplastia, canto e coral, teoria musical, cinema e artes em geral na Fundação Criança, um projeto encabeçado pela Prefeitura de sua cidade sendo uma contribuição enorme em sua bagagem profissional.

A DJ fez parte também do Fórum de Hip Hop na sua cidade de criação, realizando produção artística e planejamento dos eventos mesmo que de maneira ainda informal.

 

O jogo começa a virar totalmente seu trabalho no início de 2018, pouco tempo se pensarmos em datas mas conciliar diferentes trabalhos com a vida artística é uma realidade do Brasileiro.

 

Ela me conta que grande parte dos seus primeiros equipamentos foi emprestado e com o passar do tempo ela começou a ser chamada para tocar todo final de semana, e, alinhada aos estudos de Marketing, (Peroli trabalhou em shopping por volta de 5 anos) a DJ começa a se conectar com novas pessoas e sente a necessidade de interromper suas atividades com vendas. Ela se inscreve na licenciatura em inglês e começa a lecionar, sendo uma outra profissão que a também ama.

 

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Peroli fala sobre a criação da Side Grime junto de Reinert, seu sócio e amigo, que tem como objetivo espalhar a cultura do Grime pela cidade de São Paulo, abrindo portas e realizando conexões dentro do gênero.

 

 

A DJ, professora e empreendedora me fala sobre seus desejos desde mais nova, sobre ser reconhecida por seu trabalho principalmente sendo uma mulher preta e de região periférica, e, ao longo de sua jornada por todos esses anos descobre que ela pode alcançar sucesso em qualquer uma das áreas que escolheu trabalhar, justamente por fazer o corre acontecer.

 

Por fim, Peroli é uma sonhadora de pé no chão, busca desbravar o mundo através do palpável e menos do subjetivo, conquistando espaço na selva de pedra e ir migrando para outros lugares e países levando suas produções como um currículo de peso. Valorize o corre das mina.

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