Listo aqui 10 livros que fizeram e continuam fazendo a diferença na minha vida, livros de ficção, de não ficção, poesia e de quebra, um livro sobre a história do Rap no Brasil.
1. Um defeito de cor – Ana Maria Gonçalves
Meu livro de cabeceira, já dei ele de presente diversas vezes e está sempre presente em minhas indicações pelo simples motivo de: se você quiser entender um pouquinho da vida das nossas ancestrais, está aí uma oportunidade sem igual. Ana Maria Gonçalves escreve como poucas. Muito amor.
2. Americanah – Chimamanda Ngozi Adichie
Ifemelu ❤. É a síntese de várias de nós… Nas descobertas capilares, nos desejos internos, nos conflitos que nos fogem, nas escritas intrínsecas e no racismo sofrido cotidianamente. Update: Leia os outros livros da Chimamanda com destaque especial para Hibisco Roxo.
3. Guerreiras de natureza: mulher negra, religiosidade e ambiente – organizado por Elisa larkin Nascimento
Com textos de Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Beatriz Nascimento e muitos outros, Guerreiras faz uma costura primorosa entre ancestralidade, sagrado e mulher negra. recomendação para estudos e pra vida. É de mãe Beata de Yemonjá a frase: Gotas de água juntas se transformam em chuva.

4. Olhos D’água – Conceição Evaristo
Ler Conceição é quase como ouvi-la falando baixinho. Sabe vó quando penteava nossos cabelos, quando sentávamos no chão, entre suas pernas? É isso. Os contos são duros, violentos, potentes porém recheados de uma doçura e de uma delicadeza que só Conceição Evaristo tem. Prepare o seu coração.
5. Utopias de nós desenhadas a sós – Ana Luiza Pinheiro Flausina
Me apaixonei pela Ana Luiza ao ouvi-la em 2015 falando sobre a sua tese Corpo Negro Caído no Chão. Poder, eu não consigo pensar em outra palavra pra descrevê-la. As histórias de seu livro seguem essa mesma descrição… Potência, beleza e muita fúria. Apaixonante.
6. Quando me descobri negra – Bianca Santana
Bianca Santana é de uma delicadeza que me encantou quando a conheci, porém conheci muito mais dela ao lê-la… Quando me descobri negra é um misto de estórias, com histórias e partos, pois sabemos enquanto mulheres negras, que cada história de racismo vivida é como um dor que só sai a força. Micro-histórias com ilustrações incríveis de Mateus Velasco. É uma lindeza só.
7. O espírito da intimidade – Sobonfu Somé
Esse é um dos livros mais difíceis, mais caros, no sentido de afeto, que eu já indiquei, porque ele nos ensina sobre a forma dos Dagara (tribo do Continente Africano) de viver o relacionar-se, esse relacionar-se é com nós mesmas, com a nossa família, com os amigos, enfim, com a comunidade e a gente sabe o quanto é difícil se desvencilhar dos nossos maus hábitos.
8. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil – Sueli Carneiro
Sueli Carneiro reúne neste livro uma série de artigo publicados no Correiro Brasiliense entre 1999 e 2010, mostra com dados e estatísticas como e por quais meios o racismo segue tentando nos exterminar dia após dia.
9. Entre o mundo e eu – Ta-Nehisi Coates
Um dos melhores livros que li. Ta-Nehisi Coates escreve para seu filho de 15 anos sobre como o racismo age de forma a atacar principalmente o corpo negro e as consequências de ser negro nos dias de hoje. Pungente e apaixonado, me deixou apavorada ao constatar que seja lá nos EUA ou aqui no Brasil, o nosso corpo é alvo. O tempo todo.
10. Se liga no som: as transformações do rap no brasil – Ricardo Teperman
Ah, o rap! Esse danado ❤. Essa indicação é pra ficar por dentro da cena do rap no brasil, como surgiu, quem foram seus expoentes, qual legado, quem tá na pista hoje e que caminhos o rap ainda vai trilhar. De Racionais a Dalasam. Esse livro é aula.
E vocês, quais livros indicam?