O ano era 2016, eu trampava numa grande rede de livrarias aqui do Rio e quando vi a capa daquele livro com um coração interligado de pontos rosas e azuis e cujo título era Romance Moderno, logo quis saber do que se tratava.
Relações em tempos de internet, mandar ou não aquela msg? Marcar naquele meme de indireta? Convidar pra sair pelo fb ou pelo WhatsApp? Pq ele (ela) demora tanto pra responder? Que inferno!!! Como se relacionar na era digital, quando as opções são muitas, porém uma pá de gente segue sozinha?
Numa mistura de humor com sociologia das relações, Aziz Ansari mandou muito bem e foi a minha deixa e desculpa – estudo antropológico – para entrar no Tinder, e não ficar lá por mais de 2 meses. Pela deusa, que saara estranho, as pessoas dão match e não interagem, começam uma conversa e não dão continuidade e ainda tem aquelas que nunca saem do bate papo, aff, 2 meses longos.
Logo depois que acabei de ler o livro, fui atrás dos 2 stand up comedy que o Aziz protagoniza na Netflix – Aziz Ansari Buried Alive e Aziz Ansari Live – e descobri que a minha grande dificuldade de rir com programas de comédia não acontecia com ele, as esquetes tem muito do livro em temas como: sms picantes, vida moderna, velhas questões em novas formas de se relacionar, entre tantos outros.

E chegamos a Master Of None.
A melhor série quando se fala em minorias.
Aziz Ansari é Dev Shah, um descendente de indianos que tenta a sorte em Nova York como ator, são duas temporadas de 10 episódios cada uma, sendo que cada episódio tem um mote diferente, deixando cada um muito especial e bastante único.
Algumas curiosidades sobre Master Of None:
1 – Os pais de Aziz, são os pais de Dev Shah e é bastante peculiar vê- los em cena, já que eles não eram atores, antes da série.
2 – A série dialoga de forma genial como é ser um jovem de 30 anos no mundo moderno.
3- Alguns episódios da segunda temporada tem inspiração forte no cinema italiano.
4- Imigração, relações étnicas, relacionamentos em apps, amizades e companheirismo, está tudo lá, em duas temporadas.
5 – Tratar de assuntos sérios como: ser um ator indiano e estar relegado a ser sempre o personagem indiano caricato nos trabalhos, a invisibilidade dos personagens comuns do dia dia, religião, lesbofobia entre tantos outros, com leveza, só nos mostra que é possível sim, falar sobre o que nos toca de forma humana e responsável.
6 – A primeira temporada demora a engatar, mas a segunda está esplêndida.
7 – Da segunda temporada, destaco dois episódios incríveis: o episódio 6 (New York, I love you) e o número 8 (Thanksgiving).
Dica: Leia o livro Romance Moderno, veja os 2 Stand up comedy e assista Master Of None.
Imagem: netflix