Em SP, Kamasi Washington comprovou (novamente) que o jazz continua vivão e vivendo

No palco, assim como nos discos, Kamasi Washington sabe manter todos atentos, empolgados e dançantes. Foi possível observar essa magia na noite de 25 de maio, na audio, em São Paulo. Acompanhado de uma banda tão potente quando ele, o jazzmen fez seu culto e o manteve quente – no melhor estilo pentecostal. Aqueles que não se converteram, “perderam a salvação”.

Vestido com uma de suas tradicionais batas coloridas, azul dessa vez, como se fosse um deus, o multi-instrumentista não deixou a temperatura baixar. O único momento em que isso aconteceu, os (cerca) de 3 mil presentes fizeram o favor de jogar mais lenha pedindo bis. Obviamente, ele voltou para tocar mais algumas com todo o fervor que os “fieis” pediram num misto de emoção e euforia.

Apesar de ser a estrela principal, Washington compartilha o protagonismo com os parceiros: o trompetista Dontae Winslow, parecido com Miles Davis no visual, inclusive nas roupas extravagantes, e na execução, o contrabaixista Miles Mosley, que usando o arco tirou som de riffs de guitarra, e os dois bateristas, Antonio Austin e Ronlad Bruner Jr (irmão do baixista Thundercat), que simultaneamente mantiveram a cadência, cada um no seu estilo.

Foto: Rodilei Silva Morais


Para complementar a gig, Kamasi teve mais uma vez a companhia do seu pai Rickey Washington, também saxofonista e flautista, do pianista e produtor Brandon Coleman (responsável muitas vezes por manter o groove em alta) e da cantora Patrice Quinn, que abrilhantava ainda mais os temas cantando alguns versos ou simplesmente fazendo scats. Tudo se conversa perfeitamente.

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Ao lado dos seus, um dos mais respeitados nomes da música contemporânea inspirou e (também) instigou todos os presentes, a grande maioria jovens. Reafirmou o quanto o jazz continua vivo, e sendo mantido por sua base preta.

Diferente da viagem criada, esse gênero nada tem haver com a elite. Ele pode até ser rebuscado uma fórmula, principalmente do bebop, mas isso aconteceu para se diferenciar do pop, que tento desvirtuar para embranquece-lo. Felizmente, o plano não deu certo. Kamasi Washington (e outros estandartes) comprova isso todos os dias.

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