Lembro que em 2015, escrevi um texto como trabalho de uma disciplina na faculdade. Foi sobre a falta de produtos de cabelo e cosméticos para negras e representatividade neste nicho. Hoje em dia tô mais feliz por ver empresas se posicionando a respeito.
Agora em 2017, no dia 4 de abril, a empresa brasileira de produtos de cabelo Salon Line, apresentou a cantora Ludmilla como a mais nova Embaixadora da marca. A cantora está passando por transição capilar e particularmente achei esse casamento maravilhoso, pois atualmente é a empresa que mais investe em cabelos crespos e cacheados, tendo a linha #Todecachos como a mais famosa.
O que a empresa – e nem eu – não esperava, era a chuva de críticas sobre a escolha na representatividade. Mesmo com a explicação muito bem explícita no texto, muitas mulheres disseram que a cantora não tinha nada a ver, que ela só usa perucas e tranças s e que deveriam chamar a Sheron Menezes ou outras artistas mencionadas nos comentários.
Pera aí, gente! A mina tá passando por transição! Para muitas é complicado, difícil e um processo lento, sendo artista nacionalmente conhecida ou não. A gente vive diariamente em processo de aceitação. Já parou pra pensar nisso?

A sensação que tenho é que tá tudo muito 8/80 pras pretas. Ou é isso ou é aquilo. Nadinha de diversificar por um tempo. Tá tendo muita imposição dentro de alguns discursos de liberdade e isso tem acontecido na maioria das vezes com pretas mais retintas. Porque Sheron Menezzes, atriz da Globo, preta de pigmentação mais clara logo de cara e não Ludmilla, preta de pigmentação mais escura, cantora de pop-funk?
Por quê?
Link do vídeo abaixo:
Imagem: Facebook Salon Line