Texto por: Diego Silver
Austrália e Nova Zelândia se uniram para receber a edição de 2023 da Copa do Mundo de Futebol Feminino, é isso o que dizem. Mas podemos ter uma leitura diferente desse fato ao apontarmos que os dois países se uniram para dar um palco maior para Marta e Megan.
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Atacante da seleção dos Estados Unidos, Megan Rapinoe apesar de uma carreira não muito expressiva em relação a títulos pelos clubes que defendeu, ela conquistou tudo o que pode atuando pela seleção estadunidense, isso inclui duas Copas do Mundo e uma medalha dos Jogos Olímpicos.

Por outro lado, Marta bateu na trave quanto a títulos pela seleção brasileira com duas medalhas de prata em Jogos Olímpicos e um vice na Copa do Mundo da China. Porém a atual meia do Orlando Pride, conquistou títulos em clubes no Brasil, Estados Unidos e Suécia.
Sem nunca terem atuado juntas, as duas atletas têm dois fatores em comum. O ativismo dentro e fora de campo e que a Copa Feminina 2023, será a última Copa do Mundo das duas.
Megan Rapinoe a campeã do Ativismo
Conquistar o mundo parece fácil para uma atleta que nasceu dentro do futebol, mas usar o espaço que conquistou como plataforma de mudança social é algo que poucos atletas no mundo fazem e a Megan faz parte dessa seleção de atletas ativistas.
Ativista da causa LGBTQIAP+, Megan Rapinoe é uma voz ativa quanto a equidade de gênero, ela também é uma personalidade politicamente ativa e se solidariza com outras causas como fez ao se recusar a visitar a Donald Trump na Casa Branca após a conquista da Copa do Mundo, não cantar o hino dos Estados Unidos por divergências políticas e ao se ajoelhar durante o hino em solidariedade ao Colin Kaepernick.
Mesmo com esse currículo e sendo a maior artilheira em Copas do Mundo com 17 gols e a primeira atleta a marcar em cinco Copas (ambos os fatos entre Homens e Mulheres), Marta está indo para a sua sexta Copa do Mundo sem o apoio de marcas de material esportivo.
A Embaixadora da Boa Vontade da ONU para a luta de igualdade de gênero no futebol e segundo a BBC uma das 100 mulheres mais influentes do mundo, negou contratos de patrocínio por entender que os valores oferecidos não condizem com a sua história e repetindo ato feito na Copa de 2019, ela irá usar chuteiras com o logo ‘Go Equal’, que é um movimento mundial por equidade no esporte.
Marta é sem dúvida uma das atletas de maior destaque e projeção mundial e apesar de ter um salário anual em torno de US$ 400 mil e estimasse que todos os ganhos da carreira da Rainha do Futebol estejam em torno de US$ 13 milhões. Mas segundo a revista exame e o Jornal Marca, os ganhos anuais de Marta são 100 vezes menores que os de Neymar que recebe por temporada pelo PSG 36 milhões de Euros (cerca de R$ 190 milhões), não se assustem ainda porque Cristiano Ronaldo ganha cerca de 190 vezes mais do que Marta.
Copa do Mundo Feminina: A última dança de Megan e Marta
A Copa do Mundo de Futebol Feminino da FIFA já vai começar, com sede na Austrália e Nova Zelândia a abertura da competição será no dia 20 de julho e seguindo os protocolos oficiais, os jogos de abertura da Copa Feminina são das anfitriãs, às 04:00 da manhã (horário de Brasília) a Nova Zelândia enfrenta a Noruega e às 07:00 é a vez da Austrália entrar em campo contra a Irlanda.
O primeiro jogo do Brasil será contra o Panamá, no dia 24 de julho às 07hrs da manhã – horário de Brasília e o primeiro jogo dos Estados Unidos será contra a seleção do Vietnã no dia 21 às 22hrs também no horário de Brasília.
A única chance de assistirmos a um embate de Marta e Megan seria em uma final entre Brasil e Estados Unidos.
Sobre o Autor ‘Prazer, Diego Silver!’
Pai, Preto, Nerd e Mestre Jedi na arte de fazer meu dia parecer que tem 48hrs. Sou apaixonado por One Piece e fui educado em um mix de Tokusatsu, filmes chineses às segundas-feiras e Blaxploitation. Prometo ignorar argumentos rasos, ao mesmo tempo que vou elogiar coisas bobas e edificar alegorias que vão ensinar que o mundo não é o playground do condomínio.