Guia completo sobre POSS
Por Pedro Bonn 08/02/2021Um conteúdo completo sobre a maior movimentação artística brasileira dos últimos anos (TESTE) TESTE
Mais que uma manifestação de carnaval, afinal quantos pretos ocupam seu bloco favorito?
A história de fundação do Malungüetú começou com as trocas sobre questões raciais e processos de organização coletivas no carnaval de rua entre Diogo Rodrigues e Tarcísio Cisão. Neste momento, o questionamento girava em torno da ideia central da fundação no que se refere a quantidade de blocos brancos na região central.
A diluição das pessoas negras dentro desses blocos nos atentam para a observação de como os negros seguram estruturalmente vários projetos. Contudo, não conseguiam ter representatividade ou ampliação dentro desse grupo. É o posicionamento silencioso e estático dos blocos de maioria branca em relação às questões raciais.
Diogo e os representantes do Malungüetú me contextualizaram que esse foi o motor para que pudessem convidar as pessoas negras que estavam nos demais blocos e eram ativistas das questões raciais nos seus espaços.
A construção do nome surgiu de uma discussão ampla e coletiva. Segundo Diogo, os representantes rodearam em torno da palavra malungo – que significa irmãos – observado pela provocação através de uma pergunta: “Eu sou malungo e tu?” Até que em conjunto expandiram a palavra através da flexão de gênero e aglutinação dando vida a Malungüetú, utilizado e inserido como alicerce do projeto artístico.
Ao perguntar sobre qual foi o clique para a expressão artística utilizada, os representantes da Malungüetú me disseram que carnaval foi a primeira expressão do projeto e ela se deu pelo elemento integrativo entre os membros do grupo que é o de fazer carnaval de rua.
Segundo Diogo e Tarcísio a forma da expressão do bloco busca a relação da música, performance, voz, textos, alinhados a um roteiro que passa por uma linha histórica que começa fazendo uma saudação a nossa ancestralidade, no bloco chamado Nossa História, passando pelo bloco Respeite Quem Pôde Chegar Onde a Gente Chegou e por último o bloco Afrofuturista, onde se saúdam.
O conteúdo que é transmitido pela Malungüetú passa por nossas músicas autorais e ritmos afrodiasporicos como sambas, mpb, rap, pop, black music e funk; Uma regra importante dentro do conteúdo é que todo o repertório precisa ter sido composto por pessoas negras.
O Malungüetú é um projeto com proposta ampla na conexão entre pessoas negras e a equipe que comanda o projeto artístico reforça:
“Sonhamos com o grupo de conversa do corpo negro, que começou a acontecer agora na quarentena, eventos, oficinas de carnaval para pessoas pretas e com um carnaval com mais blocos negros.”
Ao perguntar sobre momentos importantes que não podem faltar, ou melhor, momentos que as pessoas que estão descobrindo o projeto artístico precisam saber os entrevistados respondem:
“Malungüetú não pode faltar o tal “sorriso negro” eternizado nos versos de Dona Ivone Lara. É de extrema importância que façamos dos nossos ambientes de ensaio, apresentações e confraternizações, espaços de felicidade e de acolhimento.A arte tem sua faceta de luta, no nosso caso, luta contra o racismo, mas também estamos na luta pela felicidade, por melhoria de auto estima, reconhecimento, representatividade e amor, amor preto!
Quem procura o Malungüetu precisa saber que somos um coletivo artístico que possui um compromisso político, mas também somos uma família, estamos construindo juntos, nos fortalecendo e nos amando,conectados pela nossa ancestralidade.”
O projeto artístico da Malungüetú visa ter uma escuta sensível para nossos irmãos e irmãs, as rodas de conversas visam compartilhar nossas histórias, transformar nossas memórias em música e vice versa, junto da performance e arte-resistência.
Ao finalizar a entrevista, fiquei curioso ao saber sobre sobre os futuros movimentos do bloco entendendo o cenário que estamos vivendo e a projeção pós pandemia e Diogo me respondeu:
“Não tem projeção pro pós pandemia, pois nossa urgência é o AGORA! Precisamos nos cuidar e sobreviver, por isso não conseguimos pensar como vai ser após a pandemia.”
Grande parte do fotográfico dos blocos e eventos da Malungüetú estão disponíveis em suas redes sociais e nas ruas ao longo dos carnavais que passaram e que virão..
Crédito das fotos:
Capa instagram: @mrngama
Capa site: @daniel_lobo83
Foto 1 do texto: @Malungüetú
Foto 2 do texto: @ernesttoernestto
Foto 3 do texto: @edi0ta
Foto 4 do texto: @carolcoelho_photo
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